Dialectos portugueses� - Registos sonoros


Localiza��o das Amostras - Grava��es do Grupo de Varia��o do Centro de Lingu�stica da Universidade de Lisboa� -� Registos Sonoros


Dialectos portugueses centro-meridionais:

do centro interior e do sul

Serpa� 6

INF = Informante

INQ = Inquiridor

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INF O que se chama, ent�o, (isso) o que se chama � o seguinte. A gente: "Tu, do que � que (…) est�s pescando, p�"? "Ando aqui � pesca". "E ent�o o que � que puseste na 'cibela'"? Ouviu? "Bom, pus daqueles peixes pequenos". Pois. Ou: "Pus (…) uma minhoca". Que assim � a resposta. Pois. Mas o peixe pequeno, geralmente quem p�e isso, que lhe d� muito trabalho, � o pescador. Aquele que � (…) pescador que pesca de rede, que tem umas redes apropriadas miudinhas, e apanham aquele peixe assim, mais ou menos, deste tamanho, e ao depois tiram uma quantidade deles que lhe faz falta para p�rem nos anz�is…

INQ1 Nos qu�?

INF Para p�rem nos anz�is. E depois o resto, deitam-nos (…) para a �gua. E cada vez que queiram, apanham uns quantos e ficam… Agora para quem vai com (…) um dia, para passar o tempo, que � um 'sport' passar por um rio, chegou ali, levou o tal dito sacho, hum? …

INQ1 Qu�?

INF Um sacho. Levou um sachozinho na m�o – c� est� o tal dito sacho, a ferramenta que est� a� –, levou um sachozinho, chegou ali a umas areias, (rente) al�m �quelas…, � �gua, que � onde h� muito disso, e cavou at� que descobre uma minhoca ou duas e p�s ali a minhoca� e pronto. Apanhou logo umas quantas. Leva uma latinha ou qualquer uma vasilha, uma vasilhinha qualquer – 'suferiores' –, assim uma caixa de papel�o, qualquer coisa. P�e uma coisinha de areia e p�e ali a minhoca. Para cada vez que deita aquilo fora… Que muitas das vezes, h� aqueles peixes pequerrichitos – hem? – e v�o, comem a minhoca. E o grande –� j� v�em� –, n�o encontrando nada, j� (…) n�o come. J� n�o vai porque encontra o arame – aquilo � um arame – e ent�o j� n�o pica. E eles, volta e meia, t�m que puxar aquilo para fora, para ver se verdadeiramente tem (a) minhoca ou n�o tem. Porque muitas vezes aqueles pequenos comem-nos e depois, se � o caso que comem, t�m que p�r, ou tornar a p�r, outra. E se h� um peixe grande que vai, que engole aquilo, d� logo sinal. Porque eles t�m uma bolha – chamam-lhe eles uma bolhazinha de corti�a, que est� c� no fio – e desde que apanha um peixe grande, o peixe faz for�a e aquela bolhazinha de corti�a mete-se debaixo de �gua. Em eles vendo meter a corti�a debaixo de �gua, j� sabem que h� l� peixe preso. Pois. E ent�o, come�am a enrolar a roca. � uma roca que tem uma manivelazinha, come�am a enrolar e depois a linha – aquele dito fio � propriamente � uma linha… Antes era fio, de carreto, e agora, (…) � uma linha de 'line'. Agora � o 'line'. Pois, � uma linha de 'line', que eles j� vendem isso apropriado.

INQ2 � uma linha de?…

INF De 'line'. 'Line'. Linha de 'line'.

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� Instituto Cam�es, 2002