Portugu�s fora da Europa� - Registos sonoros


Portugu�s fora da Europa - Registos Sonoros
(Grava��es do Grupo de Lingu�stica de Corpus do Centro de Lingu�stica da Universidade de Lisboa)
Bacelar do Nascimento, Maria Fernanda (org.), Portugu�s Falado: Documentos Aut�nticos (Grava��es audio com transcri��o alinhada). Lisboa: Centro de Lingu�stica da Universidade de Lisboa & Instituto Cam�es. 2001 [CD-ROM]


-> eu irei portanto falar um bocadinho da arte, quer dizer, a arte, vou falar muito concretamente no ramo da pintura, m�sica, ali�s nos ramos de pintura e m�sica. se for falar, come�ar a falar de m�sica, tenho principalmente a afirmar que os primeiros passos dei em mil novecentos e setenta e nove quando um alto s�cio meu inspirou, inspirou uma coi[...], n�o esteja a rir-se, �, � uma realidade, 'j�',

- i�.

-> inspirou-me por concre[...], quer dizer, eu ia l� em casa dele, tocava aquelas m�sicas profundas com notas t�o complicadas, eh p�, eu ficava totalmente impressionado. a �nica solu��o era pedir o homem i[...], a ensinar algumas m�sicas. e ele disse "olha, a �nica coisa que posso te dar agora [...] estudar, n�o sei quantos". eu fiz o mesmo. porque, quer dizer, antes disso eu andava l� a tocar [...] sem regras sem nada, sabes, hoje, com o andar dos tempos, devido �, �s aulas que o meu s�cio me deu felizmente j� toco alguma coisa. e felizmente posso me or[...], quer dizer, n�o � orgulho mas � uma realidade que re[...], que surge, que acontece, ver�dica, que posso mostrar. agora tenho feito v�rias m�sicas, feitas por mim, portanto, com v�rias letras. ah, tenho muitas m�sicas, n�o sei se posso mostrar uma delas por exemplo. uma delas � esta. portanto, se for a cantar a letra � assim

- por exemplo, essa letra foste tu a fazer, n�o �,

-> fui eu. est[...], � de come�ar a cantar, n�o �, um momento, tem que sair uma pequena introdu��o. "n�o foi preciso olhar-te duas vezes para me lembrar daquela paisagem. n�o foi preciso olhar-te duas vezes para me lembrar daquela paisagem, aquela paisagem que me impressionou e desejei tranquilidade. aquela paisagem que", portanto, esta � uma das m�sica que tenho feito e, quer dizer, neste momento eu j� nem sei como agradecer ao amigo que me, que me ensinou a tocar a, a viola. por isso co[...], quer dizer, acerca da m�sica n�o tenho mais nada a dizer sen�o, irei j� saltar um bocadinho no, no ramo de pintura. a pintura, quer dizer, foi uma coisa que j� vinha desde crian�a, gostei de, gostei de desenho desde talvez a inf�ncia porque lembro muito bem que quando era garoto andava a esbo�ar no ch�o, p�, com o dedo e tal. mais tarde comecei a fazer, quer dizer, desenhos assim de criancice, sabes, nos cadernos de escola prim�ria e lembro-me que em mil novecentos e oitenta tive um primo que estava a tirar o curso por correspond�ncia de desenho e pintura, Alberto Torr�o, quer dizer, ele foi a pessoa que me deu mais for�a e infelizmente quando estava para me inscrever o curso j� estava encerrado mas nem com isso fiquei parado. pedi ao mesmo primo para ver se me dava alguns, alguns t�picos deste ramo, mas, eh p�, n�o sei o que � que se passou com ele, p�, talvez por causa do tempo, ele disse que n�o podia. mas mesmo assim tamb�m n�o fiquei parado. a �nica coisa que tinha a fazer era s� investigar assim sozinho atrav�s de, eh p�, material que eu tinha, n�o �, l�pis de carv�o e tal. mais tarde dediquei-me, comecei a dedicar-me na pintura. comecei a pintar, p�, principalmente foi com aguarela, e vi que, que estava subdesen[...], n�o sei, quer dizer, como eu estava a treinar sozinho, para mim aquilo era um pouco dif�cil. comecei a pintar com guache tamb�m, tamb�m n�o resultou muito bem, mas afinal era, mais tarde notei que era falta de t�ctica, sabes, porque se, eh p�, se tivesse aqueles conhecimentos b�sicos, n�o haveria nenhuma, nenhuma dificuldade. por isso, p�, quer dizer, agora tenho um pouco de jeito mas que n�o � aquele jeito que se diz... jeito.

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� Instituto Cam�es, 2002